quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O vagabundo e o ditador


"O Grande Ditador" foi para Chaplin a despedida do personagem Carlitos num filme de explícita crítica a Adolf Hitler e seu ideal ariano de purificação da raça. Enquanto os Estados Unidos faziam vista grossa aos desmandos do governo alemão e viam com simpatia as medidas adotadas por Hitler, Chaplin, de forma solitária, o denunciava. A idéia surgiu em 1937, a partir de uma troca de identidade, ao ver Hitler ostentar o mesmo bigodinho de Carlitos. Mais tarde, Chaplin, sempre avesso à sonorização do cinema, adotou neste filme o casamento perfeito entre a pantomima e o cinema falado. "Como Hitler, poderia discursar às multidões numa linguagem muito confusa; como Carlitos, permaneceria mais ou menos calado". Interessante é perceber como, de forma irônica, Chaplin aborda a questão da estética a serviço de um regime totalitário. Por exemplo, grandes obras como O Pensador de Rodin e A Vênus de Milo, todas com a indefectível saudação nazista, e o mundo se moldando às característica de seu "dono".


Dica Minha Vida, Charles Chaplin, (Jose Olympio: 2005)


Revista Filosofia, Ciência & Vida, Ano I, nº 10

FICHA TÉCNICA
O Grande Ditador (The Great Dictator)
Gênero Comédia/Drama/Guerra
Direção e Roteiro Charles Chaplin
Ano de produção 1940 (EUA)
Duração 128 min

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